Foto de Pierre Verger
Você já parou para pensar o que representam simples quinhentos e poucos anos – a idade da descoberta do Brasil pelos portugueses – frente a mais de 35 mil anos, que é o tempo em que se estima que a América do Sul tenha começado a ser ocupada pelo homem vindo da Ásia?
E a origem do homem, você já a imaginou?
A história geral é pródiga em falar das grandes civilizações da Antiguidade, Egito e Mesopotâmia, além dos persas, fenícios, hebreus e outras.E mede as palavras ao se referir aos reinos africanos de Axum, Kush, Congo e Gana, entre outros, e de sua cultura transcendental, desenvolvida e refinada, que os colonizadores da África, em momentos diferentes, destruíram.
Você sabia que o homem surgiu na África há aproximadamente 160 mil anos e que de lá se espalhou por todo o planeta, fazendo povoar a terra e influenciando os destinos das diferentes nações ao redor do mundo?
Pois, então, imagine. Pense e reflita sobre a importância desses parentes antepassados, de cada país e de cada continente, para o surgimento, crescimento e fortalecimento de outras grandes nações. E, principalmente, lembre-se que na história de cada grande potência, de hoje e de antigamente, há e houve um pouco da cultura africana.
É assim que se constrói a trajetória de um povo, de países, de nações e de continentes inteiros, estudando sua origem, cultura, influência e sobre como cada um contribui para a vida presente e futura de tantos outros, embora detalhes importantes como esses tenham sido, peremptoriamente, esquecidos por muitos que escrevem a história.
Portanto, por mais que se estude a História do Brasil, não se conhece em profundidade, por meio dos livros escolares, toda a influência que o País recebeu de nações africanas ao longo de sua tão curta história para sermos quem nós verdadeiramente somos. O brasileiro é o resultado da diversidade de culturas e da miscigenação de povos, como nos relatam os compêndios escolares. E isso tem lá as suas verdades, mas também muitas informações ocultas, como os mais de 365 anos de escravatura no País e os tantos conflitos registradosdurante este período.
Fala-se de Palmares e de seu resistente quilombo nas Alagoas, mas isso é ainda quase nada. Às vezes, se dedica a ele umas linhas a mais que culminam, sempre, em sua queda. Mas suprimida da informação de que isso se deu pela força da tropa de seis mil homens do bandeirante Domingos Jorge Velho, montado na fama construída por ter derrotado os índios, anteriormente. Se esquece de dizer, também, que se tratou de mais de 65 anos de resistência.
Têm sido pouco retratadas pela História do Brasil a resistência dos negros contra a escravidão e as revoltas urbanas acontecidas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador, no século XIX. E, ainda, a Revolta dos Malês de 1835 na Bahia. Ou a Revolta dos Alfaiates, a Cabanagem, a Balaiada, o Preto Cosme e outros heróis que não têm seu nome na história do Brasil contada nos livros didáticos.
O brasileiro precisa conhecer profundamente as suas raízes sociológicas. Principalmente, as contribuições que recebeu do povo negro em diferentes períodos, de importância decisiva para a formação de uma grande nação como a nossa e em áreas tão primordiais ao desenvolvimento humano como a social, econômica e política.
Este livro tem a missão de resgatar essa importância histórica e inserir um novo e imprescindível capítulo na História do Brasil, a partir do estudo da História da África e dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e da importância do negro na formação da sociedade nacional.
Uma sociedade, ainda em construção. E que, por isso mesmo, por ser uma nação tão jovem e promissora, precisa conhecer o legado do povo negro para a formação da Cultura Brasileira e não pode deixar que essa história se resuma a este seu primeiro, mais extenso capítulo e, ainda assim, tão curto.
Os negros trouxeram para o Brasil suas crenças, religiões, devoções, suas músicas, seus hábitos de família, seu vocabulário. Os negros são a essência desta sociedade e a sua história se confunde e se amálgama, assim como a miscigenação de povos que gerou o brasileiro, com a própria História do Brasil.
J. A. Tiradentes
E a origem do homem, você já a imaginou?
A história geral é pródiga em falar das grandes civilizações da Antiguidade, Egito e Mesopotâmia, além dos persas, fenícios, hebreus e outras.E mede as palavras ao se referir aos reinos africanos de Axum, Kush, Congo e Gana, entre outros, e de sua cultura transcendental, desenvolvida e refinada, que os colonizadores da África, em momentos diferentes, destruíram.
Você sabia que o homem surgiu na África há aproximadamente 160 mil anos e que de lá se espalhou por todo o planeta, fazendo povoar a terra e influenciando os destinos das diferentes nações ao redor do mundo?
Pois, então, imagine. Pense e reflita sobre a importância desses parentes antepassados, de cada país e de cada continente, para o surgimento, crescimento e fortalecimento de outras grandes nações. E, principalmente, lembre-se que na história de cada grande potência, de hoje e de antigamente, há e houve um pouco da cultura africana.
É assim que se constrói a trajetória de um povo, de países, de nações e de continentes inteiros, estudando sua origem, cultura, influência e sobre como cada um contribui para a vida presente e futura de tantos outros, embora detalhes importantes como esses tenham sido, peremptoriamente, esquecidos por muitos que escrevem a história.
Portanto, por mais que se estude a História do Brasil, não se conhece em profundidade, por meio dos livros escolares, toda a influência que o País recebeu de nações africanas ao longo de sua tão curta história para sermos quem nós verdadeiramente somos. O brasileiro é o resultado da diversidade de culturas e da miscigenação de povos, como nos relatam os compêndios escolares. E isso tem lá as suas verdades, mas também muitas informações ocultas, como os mais de 365 anos de escravatura no País e os tantos conflitos registradosdurante este período.
Fala-se de Palmares e de seu resistente quilombo nas Alagoas, mas isso é ainda quase nada. Às vezes, se dedica a ele umas linhas a mais que culminam, sempre, em sua queda. Mas suprimida da informação de que isso se deu pela força da tropa de seis mil homens do bandeirante Domingos Jorge Velho, montado na fama construída por ter derrotado os índios, anteriormente. Se esquece de dizer, também, que se tratou de mais de 65 anos de resistência.
Têm sido pouco retratadas pela História do Brasil a resistência dos negros contra a escravidão e as revoltas urbanas acontecidas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador, no século XIX. E, ainda, a Revolta dos Malês de 1835 na Bahia. Ou a Revolta dos Alfaiates, a Cabanagem, a Balaiada, o Preto Cosme e outros heróis que não têm seu nome na história do Brasil contada nos livros didáticos.
O brasileiro precisa conhecer profundamente as suas raízes sociológicas. Principalmente, as contribuições que recebeu do povo negro em diferentes períodos, de importância decisiva para a formação de uma grande nação como a nossa e em áreas tão primordiais ao desenvolvimento humano como a social, econômica e política.
Este livro tem a missão de resgatar essa importância histórica e inserir um novo e imprescindível capítulo na História do Brasil, a partir do estudo da História da África e dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e da importância do negro na formação da sociedade nacional.
Uma sociedade, ainda em construção. E que, por isso mesmo, por ser uma nação tão jovem e promissora, precisa conhecer o legado do povo negro para a formação da Cultura Brasileira e não pode deixar que essa história se resuma a este seu primeiro, mais extenso capítulo e, ainda assim, tão curto.
Os negros trouxeram para o Brasil suas crenças, religiões, devoções, suas músicas, seus hábitos de família, seu vocabulário. Os negros são a essência desta sociedade e a sua história se confunde e se amálgama, assim como a miscigenação de povos que gerou o brasileiro, com a própria História do Brasil.
J. A. Tiradentes
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